Durante quase cinco minutos, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, esperou a chegada da presidente Dilma Rousseff em uma sala cheia de jornalistas na cidade russa de Ufá. Leu anotações, brincou com sua comitiva e, depois, esperou calado.
Parecia que os dois estavam desafinados, mas, quando ela finalmente chegou, ambos adotaram discurso idêntico na reunião bilateral durante a cúpula dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul): com suas economias em crise, defenderam aumento do comércio e do investimento entre os dois países e deixaram de lado a política.
Líderes das duas únicas economias do grupo Brics que não devem crescer neste ano, Dilma e Putin precisam de saídas para este momento difícil. E esse foi o único tema dos momentos iniciais da conversa entre eles, presenciada por jornalistas.
“Temos grande interesse em ampliar nosso investimento recíproco”, disse Dilma, mencionando a possibilidade de atrair empresas russas de portos e ferrovias para o programa de investimentos em infraestrutura lançado no mês passado.
Além de dizer que os países precisam “fazer mais” na área de investimentos, Putin disse esperar uma retomada nas relações comerciais entre as duas nações após a queda registrada no primeiro trimestre.
“Nosso comércio está aquém do necessário”, concordou Dilma.
Os dois pareciam cansados – Dilma havia chegado de Portugal, e Putin estava pelo menos na quinta reunião bilateral do dia. Mas continuaram a reunião de forma privada por cerca de mais meia hora.
Durante a conversa, Dilma chegou a pressionar o tradutor, repetindo uma frase para que ele traduzisse.
Antes do encontro bilateral, eles se reuniram em um restaurante de Ufá com decoração colorida, laguinhos artificiais e cabanas na área externa.
Também participaram do encontro os outros líderes dos Brics. Houve apresentações de música e danças típicas da região onde fica a cidade, localizada a mais de 1 mil quilômetros de Moscou.
Via BBC