O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, defendeu nesta sexta-feira (10), perante o Congresso da Grécia, avanços na proposta de acordo feita aos credores do país, mas admitindo que ela contém medidas “difíceis” e distantes do pacto eleitoral feito pela esquerda radical. Tsipras fez um discurso no Parlamento, onde deve ser votada nesta sexta a proposta enviada pelo governo grego na quinta-feira (9) ao Eurogrupo para receber ajuda financeira.
Em discurso no Parlamento, o chefe do executivo também reconheceu ter cometido “erros” durante os quase seis meses que está no poder, mas assegurou ter feito “tudo o que foi humanamente possível” para salvar a Grécia da ruína financeira.
O pacote de cortes de gastos do governo e aumento de impostos apresentado por Tsipras ao Eurogrupo foi visto como uma saída similar às medidas rejeitadas em um referendo no domingo (5).
Por isso, manifestantes se reuniram em frente ao parlamento para protestar contra a proposta. Do lado de dentro também houve protestos, com parlamentares exibindo cartazes com a palavra “oxi”, que quer dizer “não” em grego.
No discurso, Tsipras considerou que a Grécia está diante de “uma opção de grande resposabilidade”, que “leva ao dever nacional de manter o povo em vida”. Ele fez um apelo para que o congresso aprove o pacote de reformas submetido aos credores. “Pela primeira vez temos sobre a mesa uma discussão substancial para reestruturação da dívida”, afirmou o premiê.
Tsipras afirmou que a Grécia cumprirá o pagamento de € 6,8 bilhões em títulos que estão vencendo do Banco Central Europeu (BCE) em julho e agosto. O premiê afirmou ainda que o controle de capitais imposto aos bancos não forçará o governo a tomar novas medidas fiscais.