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Partidos têm seus “queridinhos” na hora de distribuir recursos do fundo eleitoral

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Enquanto alguns candidatos recebem muito dinheiro, outros recebem pouco

Por Hermano Chiodi

Cada partido tem liberdade de distribuir os recursos do fundo eleitoral para os candidatos, desde que cumpram critérios, como destinar pelo menos 30% do valor para candidatas e distribuir proporcionalmente de acordo com as cotas raciais informadas à Justiça Eleitoral. Com autonomia para traçar estratégias, os partidos acabam elegendo seus “queridinhos” na hora de distribuir o dinheiro. E, enquanto alguns recebem muito, outros recebem pouco.

A resolução do Tribunal Superior Eleitoral que trata da questão diz que cabe aos partidos definirem a forma como irão dividir os recursos com critérios que “devem ser aprovados pela maioria absoluta de integrantes do órgão de direção executiva nacional do partido”.

No PT, há candidatos que receberam cerca de R$ 20 mil e, em alguns casos, até R$ 300 mil, como Pedro Patrus (PT). No PCdoB, da mesma federação (PT-PCdoB-PV), o ex-vereador Edmar Branco recebeu quase o dobro do colega petista: R$ 578 mil. “Do ponto de vista da disputa proporcional, cada partido político distribuiu os recursos do Fundo Eleitoral de acordo com o projeto eleitoral discutido internamente”, explica o presidente da Federação Fé Brasil em Belo Horizonte, Richard Romano.

No caso do PL, a candidata a vereadora Marilda Portela recebeu cerca de R$ 830 mil para buscar a reeleição na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Já Cláudio Mundo Novo recebeu R$ 565 mil. Por outro lado, quase 30% da chapa não recebeu nada até o momento. Segundo a assessoria do PL, a divisão faz parte da estratégia política da legenda.

No PSOL, a vereadora Iza Lourença, que tenta a reeleição, ganhou cerca de R$ 500 mil, enquanto a maioria dos candidatos a vereador da legenda receberam em torno de R$ 20 mil. Ela explica que a estratégia de priorizar candidaturas de mulheres negras tem sido prática da legenda há muitos anos. Segundo Paulo Miranda, coordenador da Rede em Minas, que forma federação com o PSOL, “vereadores no exercício do mandato, especialmente em capitais, têm prioridade”.

No Podemos, Dr. Cristian Aquino recebeu R$ 200 mil da legenda. É o dobro em relação aos vereadores Juliano Lopes, Rubão e Wilsinho da Tabu. Representantes do partido foram questionados sobre o critério para divisão dos recursos, mas não houve retorno.
No PSD, a advogada Isabella Pedersoli recebeu, até o momento, cerca de R$ 350 mil da legenda, enquanto vereadores que tentam a reeleição, como Helinho da Farmácia e Maninho Félix, receberam R$ 100 mil, cada.

No MDB, a vereadora e candidata à reeleição Loíde Gonçalves, recebeu R$ 40 mil. Seu colega de bancada que também busca a reeleição, Henrique Braga, ainda não recebeu nada do partido. O Republicanos concentrou recursos nos cinco vereadores que buscam reeleição.

Enquanto Fernando Luiz não recebeu nada, Irlan Melo, Ramon Bibiano e Jorge Santos receberam cerca de R$ 71 mil, cada. No PDT, Bruno Miranda, presidente da legenda e vereador em busca da reeleição, recebeu R$ 150 mil do partido. O companheiro de legenda, vereador Miltinho CGE, recebeu R$ 20 mil. A direção do PDT foi acionada, mas não se posicionou até o fechamento.

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